A crise no
comercio é nacional e mundial, mas o Acre vive um momento complicado,
principalmente para o setor logístico. Por está no “final de linha” da logística
brasileira, e por depender quase que 95% de produtos de outros estados,
principalmente do centro sul do país, o Acre sofre constantemente com problemas
de abastecimento e tem uma das mais complicadas e caras, logística do Brasil.
Durante o
verão o problema é a seca do rio Abunã/Madeira, o qual depende de balsa para a
travessia, no inverno o problema é a deterioração das estradas, existem ainda os
problemas com manifestos de algumas comunidades, que quando querem reivindicar
alguma coisa, fecham a BR 364, outro agravante é a falta de indústrias no Acre,
isso faz com que muitas carretas voltem vazias até o estado de Rondônia, por
não ter o que levar para o sul do país.
Os únicos produtos
que saem do estado são; Carne, madeira, Castanha, Preservativo, Papelão (Para
reciclagem), Couro e Farinha de Osso, isso limita os tipos de carretas que
podem vir ao estado e a demanda destes produtos não são suficiente para
quantidade de carretas que transportam para o Acre, fazendo com que muitos
voltem vazios até Rondônia.
Atualmente a logística
acreana está enfrentando sérios problemas devido à deterioração da BR 364,
principalmente do lado de Rondônia, o trecho de Vilhena para o Acre, está
praticamente intrafegável, em algumas partes sumiu totalmente o asfalto, a
falta de manutenção só tem agravado a situação, a viagem neste trecho está
demorando o dobro do tempo, aumenta consideravelmente o gasto dos pneus, a
quebra de carretas tem se tornado mais constante, isso tem feito com que muitos
carreteiros e transportadores evitem pegar frete para o Acre, dificultando o
transporte em todos os setores, aquelas que se arriscam vir, sofrem com a falta
de produtos para retorno, muitos chegam a ficar parados duas semanas nos postos
aguardando uma carga, outros voltam vazios até algumas cidades do estado de Rondônia
onde conseguem cargas com maior facilidade.
Para cobrir
todo este prejuízo, o preço do frete sofre grandes reajustes que incidem
diretamente no preço final do produto oferecido ao consumidor. O Consumidor é o
mais prejudicado com tudo isso, pois além da falta de produto, tem que pagar
mais caro pelos itens de primeira necessidade.
Uma
alternativa para amenizar este transtorno, seria a importação de alguns itens
de primeira necessidade do país vizinho, Peru, a rodovia transoceânica já é uma
realidade, mas importar ainda é uma utopia, devido aos processos burocráticos,
que fazem muitas vezes uma carga ficar até 20 dias no posto fiscal de fronteira,
mas isso será assunto para outro artigo.
Enquanto o
estado não criar incentivos para atrair indústrias, enquanto os políticos acreanos
não pressionarem para construção da ponte sobre o rio Abunã, o consumidor
acreano vai ter que se acostumar a viver com estas dificuldades e a logística
local, continuara sendo uma das mais complicadas e onerosas do país.
Por: Marcos
Lima – Gerente de Logística e Transporte
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